Medicamentos
Estes são alguns exemplos de medicamentos que pessoas com ataxias usam. Naturalmente todos precisam ser receitados pelo neurologista. É só uma referência.
MEDICAMENTOS JÁ APROVADOS PELA FDA PARA RETARDAR PROGRESSÃO DE ATAXIAS
SKYCLARYS (Omaveloxone) aprovado em fevereiro de 2023 pela FDA especificamente para a Ataxia de Friedreich.
O OMAV (OMAVELOXOLONE) foi o primeiro medicamento no mundo para ataxia aprovado pela FDA (no caso, especificamente para ataxia de Friedreich). Este importante remédio foi produzido pela Reata Pharmaceuticals, que lançou o medicamento com o nome comercial SKYCLARYS em 28 de fevereiro de 2023. Neste mesmo ano a Reata foi adquirida pela Biogen. Resumidamente, o OMAV (ou SKYCLARYS) age melhorando a função mitocondrial de produção de energia que ocorre no interior das células. A Dra Susan Perlman (especialista em ataxias) acentuou em um webinar o excelente trabalho que a Reata Pharmaceutical fez junto à FDA para demonstrar benefícios e segurança do OMAV, conseguindo assim acelerar ao máximo o tempo até a aprovação desta droga, e mencionou "que este é um modelo que as outras farmacêuticas deveriam tentar seguir". Por exemplo, a Reata utilizou estudos de história natural da ataxia de Friedreich para complementar os dados dos ensaios clínicos do medicamento. Vale ressaltar que houve ensaio clínico do OMAV no Brasil também com a participação de brilhantes pesquisadores brasileiros, como parte do estudo global. Agora que o medicamento tem aprovação pela FDA, inicia-se o lento e rigoroso processo de obtenção de autorização da ANVISA para que ele possa ser comercializado no Brasil, em benefício dos pacientes brasileiros com ataxia de Friedreich. Um processo semelhante deve ocorrer na União Européia, UK e outras partes do mundo.
MEDICAMENTOS PARA MANEJO DE SINTOMAS COMUNS EM ATAXIAS
1 - Dor neuropática / disestesias
Gabapentina, Pregabalina, Duloxetina, Amitriptilina, Amantadina (Mantidan)
2 - Espasticidade
Para espasticidade podem ser prescritos relaxantes musculares como o Lioresal (Baclofeno) e Zanaflex (Tizanidina). Óleo de CBD (Canabidiol) também pode ajudar,
Sobre o Baclofeno ver Nota 3 nas Informações Adicionais.
Sobre o Canabidiol ver Nota 7 nas Informações Adicionais.
3 - Câimbras e espasmos musculares
Lioresal (Baclofeno) e Zanaflex (Tizanidina).
Sobre o Baclofeno, ver Nota 3 nas Informações Adicionais.
4 - Nistagmo
Acetazolamide (Diamox), 4-aminopyridine (4-AP), Baclofeno, Carbamazepine, Clonazepam (Klonopin), Gabapentin (Neurontin), Isoniazid, Memantine.
Sobre o 4-AP ver Nota 2 nas Informações Adicionais.
5 - Tontura e vertigem
Acetazolamide (Diamox), 4-aminopyridine (4- AP), Baclofeno, Clonazepam, Flunarizine, Gabapentin (Neurontin), Meclizine, Memantine, Ondansetron (Zofran), Scopolamine.
Sobre o Baclofeno ver Nota 3 nas Informações Adicionais.
Sobre o Meclizine, ver Nota 4 nas Informações Adicionais.
6 - Desequilíbrio ao andar
Amantadine, Buspirona (Buspar), Riluzole (Rilutek), Dalfampridine, 4-Aminopyridine (4-AP). Além de medicamentos, é recomendável fazer exercícios (academia), hidroginástica, yoga, pilates e sobretudo fisioterapia neurofuncional para melhorar a coordenação, equilíbrio e força, e reduzir os riscos de queda.
Sobre o Riluzole, ver Nota 1 nas Informações Adicionais,
Sobre o Dalfampridine e o 4-AP, ver Nota 2 nas Informações Adicionais.
7 - Fadiga
Amantadina, Coenzima Q10, Idebenona, Eudok (antidepressivo), Também é importante descansar sempre que precisar, e manter boa alimentação (nutrição) para que o corpo absorva o máximo de energia que puder.
Sobre a Amantadina, ver Nota 8 nas Informações Adicionais.
8 - Sono diário excessivo
Modafinil (Provigil), Armodafinil (Nuvigil)
9 - Problemas de memória
Inibidores de Cholinesterase, Memantine (Namenda)
10 - Falta de força muscular
Creatina (3g/dia máx)
11 - Disartria (fala arrastada)
Recomenda-se Fonoaudiologia.
12 - Disfagia (dificuldades na deglutição)
Piridostigmina, e recomenda-se fortemente Fonoaudiologia. Espessantes de líquidos também podem ajudar.
13 - Distonia
Toxina Butolínica
14 - Miocardiopatia (Ataxia de Friedreich)
Coenzima Q10, Idebenona
15 - Incontinência urinária
Oxibutinina, Injeção de botox, Cloridrato de Tansulosina 0.4mg
16 - Constipação
Metamucil, Miramar, Magnésio Citrato. Recomenda-se também boa hidratação (beber bastante líquido), comer ameixas diariamente e manter uma dieta rica em fibras
17 - Tremores (Parkinsonismo)
Prolopa, Levodopa
Ver Notas 5 e 6 e 8 nas Informações Adicionais
18 - Síndrome das Pernas Inquietas
Pramipexol, Gabapentin
19 - Ansiedade
Canabidiol.
Ver Nota 7 nas Informações Adicionais.
20 - Diplopia (visão dupla)
Óculos de prisma, Injeção de Botox e em casos mais graves, cirurgia.
21 - Depressão
Citalopram, Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina, Eudok, Cymbalta (Duloxetine), Elavil (Amitriptyline)
Última atualização 28/07/2023
Fontes: Depoimentos de pacientes com ataxias no Grupo de Suporte da NAF no Facebook e do Grupo de Suporte de ataxias da ABAHE no WhatsApp, e lista de medicamentos para ataxias publicada no website da NAF (ver link acima).
Informações adicionais sobre medicamentos para ataxias
Alguns remédios para sintomas de ataxias funcionam bem para algumas pessoas, e não para outras. O Dr. Henry Paulson explicou em um webinar da NAF em março de 2023 que "o único jeito de saber se um remédio funciona para alguém especificamente é experimentando, com a devida supervisão". Se um remédio não funcionar - para qualquer sintoma - deve-se procurar uma alternativa. O Dr. Paulson fez o importante comentário de que "o paciente com ataxia tem que conversar com o médico, e experimentar remédios (de forma controlada) até achar algum que funcione bem para ele, sem efeitos adversos importantes". O Dr. Paulson recomendou levar uma "lista de remédios de referência" publicada no site da NAF (link abaixo) para DISCUTIR COM O NEUROLOGISTA. Perguntar diretamente a ele "Dr., o sr. acha que algum destes medicamentos pode me ajudar?". Ter em mente que a ataxia é uma doença rara, e que um médico tipicamente atenderá poucos pacientes com ataxia em sua clínica (talvez nenhum), e assim o Dr. Paulson considera importante "interagir com o médico" que também pode e deve aprender com os pacientes atáxicos que atende. Esta interação e troca de informações com o médico ajuda o paciente, ajuda o médico e ajuda também outras pessoas que ele vai atender no futuro.
1, Riluzole
A Dra. Susan Perlman informou em um webinar da NAF que o Riluzole (medicamento aprovado pela FDA para ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica) tem tido bons resultados em alguns pacientes como medicamento "off label" para tratar sintomas de ataxias, e com base em estudos feitos na Europa tem supostos efeitos neuroprotetores (protege os nervos no cerebelo). Porém, um efeito colateral conhecido do Riluzole é tontura (diziness). Então, se a pessoa já tem tonturas por conta a ataxia, talvez o Riluzole possa piorar este sintoma, que por sua fez afeta o equilíbrio. A Dra. Perlman disse que não é comum, mas já viu na prática clínica dela pacientes com este efeito colateral. Assim, é preciso avaliar nestes casos se é vantajoso ou não usar o remédio.
Nota: Troriluzole
Além do Riluzole, que já está no mercado, há um ensaio clínico em andamento do medicamento Troriluzole (BHV-4157) pela Biohaven Pharmaceuticals) que é uma espécie de “upgrade” do Riluzole e está buscando aprovação da FDA. A Dra. Susan Perlman (especialista em ataxias) explicou em um webinar que o Troliluzole é metabolizado em Riluzole no corpo, de modo que o Riluzole é o ingrediente ativo no medicamento. A diferença é que nesta nova formulação da Biohaven pretende ser mais eficiente. Como agente, o Riluzole foi investigado na Europa e há alguma evidência de que o remédio tem potencial para retardar a progressão de ataxias genéticas e não genéticas, e talvez melhorar alguns sintomas. Há alguns efeitos colaterais (tonturas, fadiga). A Dra. Perlman sugere que é preciso reunir mais dados, e que se a pessoa usou o Riluzole por 3 meses e não sentiu nenhum benefício talvez não seja eficaz em termos de reduzir sintomas para ela.
BHV-4157 - TRORILUZOLE (Biohaven Pharmaceuticals)
Ver https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT03701399
2. AMPYRA® (Dalfampridine) e 4-AP (4-Aminopyridine) para ataxia
A Dra. Susan Perlman informou em um webinar que a Dalfampridine é uma droga que ajuda a melhorar a marcha de pacientes com Esclerose Múltipla, doença que tem muitos sintomas semelhantes aos das ataxias. Ela respondeu que era uma boa opção para tentar com supervisão médica obviamente (conversar com médico, ver se valia a pena tentar, cada caso é um caso).
Há também o medicamento relacionado 4-AP (4-aminopyridine), cujo princípio ativo é a Dalfanpridine.
Há alguma preocupação com potenciais efeitos colaterais sobretudo em caso de overdose acidental, como o risco de convulsões, mas se a pessoa ficar nos limites da dosagem segura (não passar de 20 miligramas por dia) o risco de convulsão e outros efeitos colaterais é mínimo. Naturalmente se a pessoa já tem risco de convulsões por outros motivos deve ter muita cautela. Segundo se divulga em grupos de suporte, o Dalfanpridine pode melhorar o equilíbrio ao andar em certos indivíduos. Está na classe de medicamentos conhecidos como “bloqueadores do canal de potássio” (potassium channel blockers) que funcionam fortalecendo os sinais enviados pelo cérebro através dos nervos que foram danificados na esclerose múltipla (MS). Apesar de ser um remédio para MS é também utilizado por muitas pessoas com ataxias e há inclusive grupos de suporte no Facebook específicos para esta discussão.
IMPORTANTE - A Dra. Perlman mencionou que as duas únicas drogas atualmente reconhecidas pela American Academy of Neurology para uso off-label em ataxias são o Riluzole (aprovado pela FDA para ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica) e o Dalfampridine (AMPYRA), aprovado em 2010 para Esclerose Múltipla.
3. Baclofeno
O Baclofeno é um medicamento prescrito por neurologistas para melhorar a espasticidade e ajudar a relaxar músculos para evitar dores, espasmos musculares e câimbras, que podem ocorrer em alguns pacientes com ataxia. Segundo a Dra. Susan Perlman (especialista em ataxias), é melhor tomar esta medicação de noite, antes de dormir. Durante o dia, em vez de remédio, tentar fazer exercícios & alongamentos para relaxar a musculatura. Observar que embora sejam confundidas de vez em quando, espasticidade é diferente de rigidez muscular e, os remédios para tratamento de uma são bastante diferentes dos remédios recomendados para a outra.
4. Medicamentos para tontura e vertigem
A Dra. Perlman informou em um webinar da NAF que tontura pode ser um sintoma bastante difícil de gerenciar, e pode ter diversas causas (algumas sem relação com a ataxia, por exemplo, variações na pressão arterial). Se a tontura vem da conexão (do cérebro) com o ouvido interno, em alguns casos há medicações que podem ajudar (ex. Meclizine, Bonine etc.). Nas tonturas associadas com ataxia, há casos em que foram prescritos Dalfampridine (usado off-label para outras condições além da esclerose múltipla, e em certos casos pode ajudar na tontura). Já se a tontura é causada por movimentos oculares anormais (nistagmo), há outros medicamentos que podem ser úteis para reduzir esta movimentação anormal dos olhos que pode causar tonturas. Em resumo, há muitas causas para a tontura, e é preciso procurar o médico para investigar a melhor abordagem.
5. Levodopa e Prolopa
A Levodopa age aumentando a quantidade de dopamina no corpo, um tipo de neurotransmissor responsável pela comunicação entre os neurônios, e controle dos movimentos do corpo e coordenação motora. Este remédio revolucionou o tratamento da doença de Parkinson. A Dra. Susan Perlman (especialista em ataxias) explicou em um webinar que "há diferentes tipos de tremores com diferentes causas", e que para um grupo específico de tremores que podem ser sintomas de ataxias há evidências de que a Levodopa pode de fato ajudar. Naturalmente, uma medicação deste tipo deve ser receitada e dosada pelo neurologista. Há outras medicações derivadas da Levodopa que também podem ajudar em tremores resultantes de ataxia , como a Prolopa (levodopa + cloridrato de benserazida). Uso sempre com prescrição médica!
6. Azilect
A Dra. Susan Perlman informou em um webinar da NAF que o Azilect é prescrito para tratamento da Doença de Parkinson em adultos, informando que parece ajudar nos tremores na ataxia. O Azilect age em áreas envolvidas com o gânglio basal, que é a parte do cérebro mais envolvida na Doença de Parkinson. É sabido que o cerebelo se comunica com o gânglio basal, e que alguns dos tremores que surgem em pessoas com ataxia ocorrem por problemas causados pela ataxia nesta comunicação. Assim, drogas como o Azilect, Sinemet e Carbidopa- Levodopa podem de fato ajudar em tremores que ocorrem não apenas em Parkinson, mas também na ataxia.
7. Canabidiol (CBD)
Embora não cure a ataxia ou retarde sua progressão, a maconha medicinal pode aliviar certos sintomas de ataxias. O óleo de canabidiol (juntamente com outros componentes que podem ser prescritos em proporções precisas pelo neurologista, como o canabigerol e THC) pode ajudar por exemplo a dormir melhor, em espasticidade, em dores neuropáticas e a reduzir a ansiedade. O uso precisa de receita médica.
8. Amantadine
A Dra. Susan Perlman explicou em um webinar que a Amantadina (comercializada como Mantidan no Brasil) é uma das drogas off-label que tem sido usada por mais tempo em ataxias, para ajudar com tremores e fadiga. A Dra. Perlman ouviu dizer que a Amantadine foi desenvolvida inicialmente como um antigripal, mas se descobriu que a droga era eficaz para melhorar a mobilidade na Doença de Parkinson. Segundo a bula, a Amantadina pode ajudar no tratamento da Doença de Parkinson primária e em sintomas de Doença de Parkinson secundários. Já por muitos anos a Amantadina tem sido usada como medicamento off-label para tremores e para a fadiga em ataxias também. A droga é segura, inclusive para uso em crianças, mas tem efeitos colaterais. Portanto é preciso conversar com o neurologista e fazer testes com o remédio durante algum tempo para equilibrar os benefícios e possíveis efeitos colaterais.
9. Chlorzoxazone (para a SCA1)
O Chlorzoxazone é um relaxante muscular. A Dra. Perlman informou em um webinar que sabia que havia interesse de pesquisadores nesta droga em função de supostos efeitos neuroprotetores, mas que precisaria ser utilizado com supervisão médica cuidadosa.
Nota MG. Há artigos que relatam que a combinação de Chlorzoxazone com Baclofeno pode trazer benefícios na ataxia espinocerebelar tipo 1 (SCA1), se forem usados em dosagens bem específicas. Os estudos ainda são preliminares e mais testes precisam ser feitos para ver quais seriam as dosagens adequadas para melhorar sintomas da ataxia sem produzir toxidade ou afetar excessivamente a forma muscular (o que pode piorar o equilíbrio).
Ver https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33151010/
Ver https://www.ataxia.org/scasourceposts/a-new-use-for-old-drugs/
Aprovação de medicamentos pela FDA
A FDA (U.S. Food & Drug Administration) é responsável pela proteção da saúde pública nos Estados Unidos assegurando a segurança e eficácia de drogas, terapias e produtos biológicos para uso humano e veterinário. No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desempenha papel regulatório semelhante. O processo de aprovação de novas drogas pela FDA (e também pela ANVISA) é bastante técnico, rigoroso e demorado. Recentemente, a FDA tem demonstrado um pouco mais de flexibilidade na análise a aprovação de remédios e terapias para doenças raras. Recentemente têm sido aprovadas drogas para ELA (esclerose lateral amiotrófica) e doença de Alzheimer com base em dados e estudos que 10 anos atrás não seriam aceitos (o rigor era maior, e o processo mais lento).
No que se refere aos medicamentos para ataxias, a FDA está ganhando mais conhecimento sobre biomarcadores. Por exemplo, se um estudo mostra uma melhora em um biomarcador (químico, ou uma imagem em ressonância magnética etc.) em um estudo clínico, esta informação está sendo levada em conta para avaliar a eficácia do medicamento em teste, e isso pode acelerar o processo de aprovação. Dados coletados em "Estudos de História Natural" e "Estudos de Vida Real" também podem complementar os dados dos ensaios clínicos e ajudar a acelerar o processo de aprovação (isto aconteceu por exemplo com o SKYCLARYS, o primeiro medicamento aprovado pela FDA para ataxias no mundo, em fevereiro de 2023, no caso, para a ataxia de Friedreich). Neste contexto, existe a esperança de que muitas drogas que estão atualmente no pipeline da NAF para ataxias (ver https://www.ataxia.org/pipeline/) serão aprovadas pela FDA.
Nota: Denomina-se medicamento "off-label" aquele que é consumido para uma doença, tendo sido aprovado para outra. Por exemplo, o medicamento Riluzole foi aprovado para a FDA para a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), mas é utilizado "off-label" por alguns pacientes com ataxia (doença para a qual o medicamento ainda não foi aprovado formalmente), com a devida prescrição médica.
Medicamentos que requerem cautela para pacientes com doenças mitocondriais (gene PolG)
É compreensível que pacientes de doenças raras ainda sem cura tentem diversos tipos de medicamentos (muitos off-label, ainda não aprovados pela FDA para a doença em questão), bem como terapias diversas. Sobre isso, a primeira recomendação é estar sempre alinhado com o médico. Medicamentos têm efeitos colaterais, e uns podem interferir em outros. No caso específico das diversas síndromes e doenças mitocondriais causadas por mutações no gene PolG, recomenda-se que o paciente tenha CAUTELA ao experimentar remédios, pois alguns podem ter efeitos colaterais que podem agravar sintomas!
Por exemplo, o ácido valpróico (Depakene) que se prescreve para epilepsia é contraindicado (vide bula) para pacientes com síndrome de Alpers-Huttenlocher e outros com disfunções importantes no fígado. O mesmo ocorre com o divalproato de sódio (Divalproex, Depakote), usualmente prescrito para pacientes com episódios de mania associados ao transtorno bipolar, e prevenção de enxaquecas. Estes medicamentos devem ser evitados por pacientes com disfunção mitocondrial associada ao gene PolG pelo risco de antecipar ou agravar disfunções no fígado.
Ver
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK26471/
https://consultaremedios.com.br/depakene/bula
https://consultaremedios.com.br/depakote/bula
TODO MEDICAMENTO DEVE SER PRESCRITO POR MÉDICOS.
Medicamentos que podem causar ataxia!
Além das ataxias hereditárias, os sintomas da ataxia podem ser adquiridos por diversos motivos como abuso de álcool, intoxicação por metais pesados, carência de vitaminas E e B12, intolerância ao glúten, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), problemas Neuro-imunológicos causados por doenças como a MS (Esclerose Múltipla), e sob certas condições também por certos medicamentos. Um exemplo típico são os “Benzos”: “O uso prolongado de alguns barbitúricos como o fenobarbital (anticonvulsivo) e sedativos como as benzodiazepinas (“Benzos”) podem causar ataxia, bem como drogas contra epilepsia (como a fenitoína) e alguns tipos de quimioterapia. Fonte: Mayo Clinic”. Por este motivo nunca se deve tomar medicação sem receita médica, e quem tem ataxia deve SEMPRE informar esta condição em qualquer consulta médica que vá, pois o médico pode prescrever alguma droga que para quem já tem ataxia talvez não seja recomendável.
DISCLAIMER: TODA MEDICAÇÃO DEVE SER RECEITADA PELO MÉDICO. Informações compartilhadas apenas com propósito educativo - não é aconselhamento médico. A informação acima não deve ser utilizada para diagnóstico ou tratamento sem prescrição médica. Todos os remédios citados podem ter efeitos colaterais.