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Pesquisas
Infelizmente não existe ainda cura para as ataxias, apenas terapias e medicações para aliviar os sintomas.
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Esta página traz algumas referências onde você pode ser informar sobre pesquisas e ensaios clínicos em busca de remédios e terapias seguras e eficazes para curar ou ao menos retardar a progressão de diversos tipos de ataxias.  

Pesquisadores do Brasil e de todo o mundo estão engajados nesta luta!

Vamos confiar e apoiar a ciência.

Imagem de mulher fazendo pesquisas científicas em genética

Sobre o processo de desenvolvimento e aprovação de novos medicamentos 

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Crédio da imagem: Adaptado do portal da FARA em "https://www.curefa.org/drug-development/"

 

O processo de aprovação de um novo medicamento ou terapia pela FDA (U. S. Food and Drug Administration) envolve várias etapas rigorosas para garantir a segurança e a eficácia do produto antes que ele seja disponibilizado ao público. Aqui está um resumo das etapas principais:

  • Pesquisa Preliminar e Descoberta: Envolve estudos laboratoriais e testes em culturas celulares e animais para identificar substâncias com potencial terapêutico.

  • Estudos Pré-Clínicos: Nesta fase, o composto é testado em modelos animais para avaliar sua segurança e obter informações iniciais sobre a eficácia e a dosagem. Os dados são usados para solicitar a aprovação de um Investigational New Drug (IND), que permite iniciar testes em humanos.

  • Ensaios Clínicos (Fase I, II e III):

    • Fase I: Testa o medicamento em um pequeno grupo de voluntários saudáveis ou pacientes (20-100) para avaliar a segurança, dosagem segura e efeitos colaterais.

    • Fase II: Envolve um número maior de participantes (100-300), focando na eficácia e segurança do medicamento em condições controladas.

    • Fase III: Inclui centenas a milhares de pacientes e testa a eficácia do medicamento em comparação com tratamentos padrão ou placebo. É nesta fase que se busca comprovar a eficácia e registrar os efeitos colaterais para uma análise detalhada.

  • Revisão e Aprovação do FDA: Após os ensaios clínicos, os dados são enviados à FDA em uma aplicação de Novo Medicamento (NDA) ou Licença Biológica (BLA) para terapias biológicas. O FDA analisa os dados e pode exigir mais informações ou ensaios adicionais.

  • Monitoramento Pós-Mercado (Fase IV): Após a aprovação e comercialização, o medicamento continua a ser monitorado para efeitos colaterais em uma população maior, garantindo a segurança e eficácia contínuas.

Esse processo completo leva, em média, entre 10 a 15 anos.

Este é o processo para aprovação de um medicamento novo para comercialização nos Estados Unidos.  Um processo semelhante ocorre na Europa (neste caso, a agência reguladora é a EMA (European Medicines Agency)), e também no Brasil (a agência é a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Depois que um medicamento é aprovado pela FDA (por exemplo), caso as farmacêuticas tenham interesse em comercializá-lo também no Brasil precisam submeter um pedido para a ANVISA, que fará a sua própria análise, adequada para o contexto brasileiro.

 

Se aprovado pela ANVISA, o medicamento ou terapia poderá ser comercializado no Brasil (para a finalidade para a qual foi aprovado).  No caso em que os custos (para o paciente) do remédio no mercado sejam muito elevados, é papel da CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde - SUS) avaliar o assunto e, se for o caso, recomendar a distribuição gratuita do medicamento ou terapia através do SUS.

As Associações de Pacientes (como a Abahe, no caso das Ataxias) têm participação importante em muitas etapas deste longo e difícil processo - desde o apoio no recrutamento de pacientes (devidamente cadastrados) para participar de ensaios clínicos realizados pelas Farmacêuticas para testes de medicamentos e terapias, passando pelo acompanhamento das tratativas entre a Farmacêutica que têm interesse em comercializar o medicamento no Brasil com a ANVISA, apoio no contato com pacientes para a realização de "Estudos de Vida Real", que permitem coletar dados que podem acelerar este processo de aprovação, em seguida, havendo aprovação da ANVISA, acompanhamento das tratativas com a CONITEC para que o medicamento possa ser distribuído pelo SUS, quando aplicável. É um processo demorado e rigoroso, mas necessário para assegurar que todos os medicamentos aprovados passaram por avaliações científicas de eficácia e segurança.

Saiba mais sobre o rigoroso e demorado processo de aprovação de um novo medicamento ou terapia (para ataxias ou outras doenças) por parte da FDA na página "All Abour New Drug Applications" no site da NAF. 

 

O assunto também é explorado no artigo From Research to Reality: The 5 Steps in Drug Development, Dezembro 1, 2023 (O artigo é em Inglês, mas a página tem tradução automática para outros idiomas).

DESTAQUES SOBRE PESQUISAS SOBRE MEDICAMENTOS PARA ATAXIAS

Situação atual dos medicamentos em estudos para ataxias.

Última atualização em dezembro de 2024

1 - Medicamentos já aprovados pela FDA

O medicamento omaveloxone (nome comercial SKYCLARYS) desenvolvido pela Reata Pharmaceutics (que foi adquirida pela BIOGEN) foi aprovado pela FDA em fevereiro de 2023. O medicamento é específico para a ataxia de Friedreich.

Quando o Skyclarys chega no Brasil?

No momento a ABAHE está acompanhando o processo de aprovação do Skyclarys pela ANVISA para que o medicamento possa ser comercializado no Brasil.  O registro do medicamento foi solicitado em março de 2024 pela Biogen e ainda está em análise.

2 - Medicamentos ainda em processo de aprovação pela FDA

2.1. Medicamentos para ataxia de Friedreich

Há diversos medicamentos em análise, em diferentes estágios do processo de aprovação pela FDA. 

Especificamente para a ataxia de Friedreich, alguns exemplos de medicamentos e terapias em análise são:

  • Vatiquinone (PTC-743) - PTC Therapeutics

  • Elamipretide - Children’s Hospital of Philadelphia

  • Leriglitazone (MIN-102) - Minoryx Therapeutics

  • Dimethyl Fumarate - University of Federico II

  • Nomlabofusp (CTI-1601) - Larimar Therapeutics

  • LX2006 Gene Therapy - Lexeo Therapeutics

Para obter informações atualizadas do progresso destes ensaios clínicos por favor consulte o Pipeline da FARA.

2.2. Medicamentos para ataxias espinocerebelares (SCAs)

Por enquanto não há nenhum medicamento aprovado especificamente para modificar o curso da progressão das ataxias espinocerebelares. Diferentes tipos de medicamentos e terapias estão em testes, em etapas diversas do processo de análise pela FDA para aprovação.  Como referência, seguem alguns medicamentos em estudos para a ataxia espinocerebelar tipo 3 (SCA3).

  • Troriluzole (BHV-4157) - Redutor de glutamato (Biohaven Pharmaceuticals Inc.), já em estado de avaliação regulatória para aprovação pela FDA para comercialização nos Estados Unicos. SAIBA MAIS SOBRE O TRORILUZOLE.

  • Trehalose intravenosa (SLS-005) - Redutor de agregação (Seelos Therapeutics), em Fase 2.

  • Terapia genética ASO (VO-659) - Silenciamento genético do gene com mutação que causa a doença - Vico Therapeutics, em Fase 2.

  • ​Terapias com células tronco (MSC Therapy) - Stemitent, em Fase 1 no Pipeline.

Para obter informações atualizadas, consulte o Pipeline da NAF para o tipo de ataxia desejado (ver abaixo).

Pipeline 
NAF (National Ataxia Foundation)

Logotipo da NAF (National Ataxia Foundation)

A NAF (National Ataxia Foundation) é um fundação americana cuja missão é "Acelerar o desenvolvimento de tratamentos e uma cura enquanto trabalha para melhorar a vida das pessoas que vivem com ataxia".

Além de disponibilizar bastante informação útil em seu Portal, a NAF disponibiliza também um "Pipeline" que mostra de forma gráfica e de fácil visualização o progresso no desenvolvimento das principais pesquisas científicas para terapias e medicações para diversos tipos de ataxias. O conteúdo original é em Inglês, mas é possível clicar em um botão na página (Translate) para obter a tradução para diversos outros idiomas, inclusive o Português.

PARA SE INFORMAR SOBRE PESQUISAS, MEDICAMENTOS E TERAPIAS EM ANDAMENTO PARA ATAXIAS, ACESSE AQUI O PIPELINE DA NAF.

Exemplos de pesquisadores brasileiros 

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O pesquisador brasileiro Prof. Dr. Marcontes C. França Jr. da Universidade de Campinas (UNICAMP) é mencionado no website da FARA entre os cientistas mais relevantes que conduzem pesquisas sobre a Ataxia de Friedreich.

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Outro pesquisador brasileiro com apoio da FARA é o Dr. Thiago Rezende (Monash University, Austrália), que desenvolveu com o Dr. Ian Harding um modelo de Inteligência Artificial (deep learning) para segmentação do cerebelo e suas estruturas. A ferramenta é importante para apoiar a pesquisa de biomarcadores baseados em imagens do cerebelo de pacientes com ataxia de Friedreich.

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A  Dra. Laura Bannach Jardim da UFRGS (neurologista e geneticista clínica) também desenvolve pesquisas relacionadas com doenças neurogenéticas, em especial as ataxias hereditárias, a doença de Huntington e a Adrenoleucodistrofia ligada ao X.

CUIDADO COM AS FAKE NEWS E A PSEUDOCIÊNCIA - A pseudociência é baseada em crenças, práticas ou teorias que se apresentam como científicas, mas não se enquadram nos métodos científicos válidos. É importante que quem tem ataxia (ou qualquer outra doença!) se mantenha bem-informado, dentro da realidade, validando sempre as informações que lê nas mídias sociais sem acreditar cegamente em fake news de tratamentos milagrosos (e geralmente pagos - infelizmente há pessoas inescrupulosas que se aproveitam do desespero e desconhecimento de pacientes com doenças graves para vender produtos e serviços ainda não aprovados pelos órgãos reguladores, ou cobrar caro por terapias ainda experimentais).

Ao receber informação sobre um novo remédio ou tratamento para ataxia, convém conversar com o neurologista para checar as informações, e verificar se há algum registro do estudo no site clinicaltrials.gov

Etapas no desenvolvimento de novas medicações pela indústria farmacêutica

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