Ataxia:
SCA10 (Ataxia Espinocerebelar Tipo 10)
GENES RELACIONADOS:
ATXN10
TIPO DE MUTAÇÃO:
ATXN10 -> Mutação intrônica por expansões ATTCT
LOCALIZAÇÃO:
Cromossoma 22 (22q13.31)
HERANÇA:
Autossômica Dominante
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
30/04/2025 por Márcio Galvão
Conteúdo gerado com apoio de IA Generativa, revisado pelo autor.
Ficha SCA10
1. SOBRE A SCA10
A Ataxia Espinocerebelar Tipo 10 (SCA10) é uma forma específica de ataxia hereditária dentro do grupo das ataxias espinocerebelares, um conjunto de doenças neurodegenerativas que afetam preferencialmente o cerebelo e suas conexões.
Na SCA10, alterações genéticas interferem com a função de fibras nervosas responsáveis pela condução de sinais entre o cérebro e o resto do corpo, resultando na degeneração progressiva do cerebelo — estrutura crucial para a coordenação motora fina e o equilíbrio [1].
A SCA10 é causada por uma expansão anômala de repetições do pentanucleotídeo ATTCT em uma região intrônica do gene ATXN10, localizado no cromossomo 22 (22q13.31). Essa mutação foi descrita inicialmente em populações mexicanas e posteriormente em grupos do sul do Brasil, sugerindo um possível efeito fundador regional. A quantidade de repetições anômalas ATTCT pode exceder 4.500 repetições em casos patogênicos, enquanto indivíduos saudáveis apresentam menos de 32 repetições (Ver 5. Herança). A origem exata de tais repetições ainda é desconhecida [8].
A SCA10 foi a primeira doença genética humana que se descobriu ser causada por uma expansão pentanucleotídica intrônica. Desde a primeira descoberta da mutação SCA10, muitas doenças subsequentemente foram relatadas como sendo causadas por expansões pentanucleotídicas intrônicas, incluindo diferentes tipos de ataxias (ver Seção 7. Informações Adicionais).
Embora o mecanismo exato de patogenicidade da mutação na SCA10 ainda não seja completamente elucidado, evidências sugerem que o RNA contendo repetições expandidas pode formar estruturas anormais que interferem na função celular, configurando um possível mecanismo de toxicidade mediada por RNA. Uma hipótese [8] é que a presença de um grande número de repetições de nucleotídeos pode interferir no processo de splicing, afetando a estabilidade do RNA mensageiro (mRNA) responsável pela síntese de proteínas. No caso da SCA10, por exemplo, é plausível que o excesso de repetições de nucleotídeos, mesmo em regiões não codificantes, gere um RNA tóxico. Esse RNA tóxico pode causar disfunções celulares, iniciando um processo de apoptose (um tipo de morte celular programada que ocorre de maneira controlada no organismo). Esse processo (representado na Figura 1) pode levar à morte de neurônios no cerebelo, resultando nos sintomas neurodegenerativos associados à ataxia.
A Figura 1 mostra de forma simplificada a patogênese da SCA10 (imagem gerada pelo autor com apoio de IA).

2. SINTOMAS TÍPICOS
O fenótipo clínico da SCA10 é variável, mesmo dentro da mesma família, o que sugere que fatores modificadores genéticos ou ambientais possam influenciar a expressão clínica da doença. Algumas pessoas podem desenvolver mais sintomas do que outras, e quando surgem, os sintomas podem ser leves, moderados ou severos. A relação seguinte é apenas uma referência.
Sintomas da SCA10 [1, 3, 4]
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Tipicamente, são notados primeiro problemas com equilíbrio e coordenação, típicos das ataxias cerebelares. A pessoa afetada tem dificuldades em caminhar, e esta dificuldade piora gradualmente, elevando o risco de quedas que passam a ocorrer com maior frequência. Com o passar do tempo, o uso de bengala, andador e eventualmente cadeira de rodas pode se tornar necessário.
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Com o tempo, pode surgir disartria (fala arrastada), devido ao comprometimento da coordenação muscular envolvida na produção da fala. Também pode ocorrer nistagmo, caracterizado por movimentos oculares involuntários e repetitivos.
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Também após alguns anos a coordenação das mãos e braços fica mais comprometida. Movimentos motores finos como escrever à mão e abotoar a roupa são afetados primeiro, e eventualmente, tarefas básicas da vida diária como se alimentar ou se vestir se tornam mais difíceis.
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Nos últimos estágios da doença, pode surgir dificuldade para engolir (disfagia), como resultado da incapacidade de controlar os músculos da boca e garganta durante a alimentação, e a pneumonia aspirativa pode se tornar um risco de vida importante.
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Um aspecto notável da SCA10, que a distingue de outras ataxias espinocerebelares, é a possível ocorrência de crises epilépticas (convulsões). A prevalência de epilepsia varia entre 20% a 80%, dependendo da coorte analisada: é mais frequente em famílias mexicanas e menos comum em pacientes brasileiros, sugerindo influência genética ou epigenética moduladora. As convulsões geralmente se manifestam anos após o início da ataxia.
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Alguns indivíduos com SCA10 podem apresentar sintomas adicionais, como alterações cognitivas leves, transtornos de humor (como depressão, ansiedade, apatia, irritabilidade), neuropatia periférica sensitiva, com dormência ou parestesias em mãos e pés, e sinais piramidais como reflexos ativos exagerados (hiperreflexia), e/ou sinais de reflexo plantar de Babinski (quando se faz cócegas na sola do pé, o reflexo do dedão do pé é para cima, em vez de para baixo).
Exames de ressonância magnética podem indicar atrofia cerebelar (Figura 2) pela morte de neurônios (células de Purkinje). Esta seria a principal patologia cerebelar da SCA10 [7].

Figura 2 - Ressonância magnética mostrando atrofia do cerebelo na SCA10 pela perda de células de Purkinje
3. IDADE DOS SINTOMAS
Há casos registrados do surgimento dos sintomas (onset) da SCA10 entre os 12 e 83 anos de idade, embora a maioria dos pacientes apresente os primeiros sinais clínicos na vida adulta jovem ou meia-idade. Estudos populacionais apontam uma idade média de início em torno de 33,9 ± 9,8 anos [6], com variações observadas entre diferentes grupos étnicos e famílias.
Dados de coortes brasileiras e mexicanas mostram faixas de início entre 10 e 40 anos, mas com registros esporádicos fora dessa janela.
Casos juvenis (≤ 20 anos) são raros (< 5%), associados a expansões muito grandes (> 2.000 repetições ATTCT) e transmissão materna (Ashizawa et al., 2023).
A progressão da SCA10 é lenta, o que significa que os sintomas se desenvolvem gradualmente ao longo de vários anos. A taxa de progressão pode variar substancialmente entre os pacientes, mesmo dentro de uma mesma família, o que sugere o envolvimento de fatores modificadores genéticos ou ambientais.
Embora muitos indivíduos com SCA10 possam manter independência funcional por vários anos após o início dos sintomas, a expectativa de vida pode ser reduzida em decorrência de complicações associadas ao avanço da doença. Por exemplo, convulsões severas podem ser fatais se não forem adequadamente controladas [4].
4. ANTECIPAÇÃO
A antecipação (surgimento mais cedo dos sintomas) na SCA10 está diretamente associada à expansão instável do pentanucleotídeo ATTCT no gene ATXN10. Em gerações sucessivas, alelos expandidos (> 800 repetições) tendem a aumentar em tamanho, especialmente quando transmitidos paternalmente, resultando em início mais precoce e gravidade crescente dos sintomas [4].
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A transmissão paterna está ligada a maior instabilidade na quantidade de repetições ATTCT, com relatos de expansões de até 4.500 repetições, enquanto a transmissão materna mostra estabilidade relativa.
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Algumas transmissões paternas podem provocar redução (contração) no número de repetições no alelo, em vez de aumento (expansão). Esse fenômeno é raro, mas destaca a complexidade da dinâmica de repetições.
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A antecipação da SCA10 foi sugerida em algumas famílias brasileiras, entretanto, é preciso mais estudos para confirmar esta observação [Teive et al 2004].
Nota - O portal Neuromuscular [3] reporta que pode ocorrer antecipação de até 20 anos no surgimento de sintomas entre gerações, especialmente com transmissão paternal.
5. HERANÇA
A SCA10 é uma doença com herança autossômica dominante. Isto significa que indivíduos de ambos os sexos têm a mesma probabilidade de herdar uma cópia (alelo) do gene com mutação e se tornarem portadores da mutação. Um filho de uma pessoa com SCA10 tem uma probabilidade de 50% de herdar uma cópia do gene alterado (considerando que apenas um dos pais é portador da mutação, ou seja, a mãe ou o pai biológico).
Observe que é possível que uma pessoa herde uma variante de um gene e não desenvolva a doença (não apresente sintomas), pois pode herdar uma mutação pequena em uma faixa intermediária que tenha baixa penetrância, Porém, quando a mutação herdada está em uma faixa considerada patológica (alta penetrância), a doença vai se manifestar em algum momento da vida.
Faixas de expansão para a SCA10
Os limites de repetições ATTCT no gene ATXN10 para dignóstico genético da SCA10 são indicados abaixo de forma simplificada.
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Faixa Normal (não desenvolve a doença): De 10 até 32 repetições ATTCT.
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Faixa Intermediária (em geral não apresentam sintomas): 33–279 repetições ATTCT.
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Faixa com Penetrância Reduzida (mais da metade dos portadores desenvolvem sintomas): 280–799 repetições
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Faixas com Penetrância Completa (100% dos portadores desenvolvem sintomas): De 800 até 4.500 repetições ATTCT.
Notas:
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As faixas mencionadas em [4] e [6] são diferentes. A reclassificação recente do limiar patogênico para ≥800 repetições (em vez de 850) é discutida em estudos de 2022–2025
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Alelos de 280–799 repetições exigem cautela: algumas transmissões paternas resultam em expansões para > 800 repetições.
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A presença de interrupções na sequência ATTCT (por exemplo, inserções de ATTCC) pode modular a gravidade dos sintomas e a penetrância, influenciando a identificação de casos. Ver 7. Informações Adicionais.
Fontes: Artigos revisados por pares (2022–2025) [12, 13, 14] que abordam critérios genéticos da SCA10, Cada faixa acima é baseada no consenso dessas publicações.
Nota: "Autossômica" significa que o gene está localizado em qualquer cromossoma com exceção dos cromossomas sexuais X e Y. Os genes, assim como os cromossomas, normalmente existem em pares (temos um par de cada gene, uma cópia do gene é herdada da mãe, outra do pai). "Dominante" significa que apenas uma cópia do gene responsável (um alelo) herdada do pai ou da mãe é suficiente para transmitir uma característica física (como a presença de covinhas nas bochechas), ou uma doença genética (como as ataxia hereditárias) de uma geração (pais) para a seguinte (filhos).
Figura 3 - Fonte: MedlinePlus, U.S. National Library of Medicine.

6. PREVALÊNCIA
A SCA10 é considerada uma doença rara, com prevalência global desconhecida devido à sua concentração em populações específicas e à falta de estudos epidemiológicos abrangentes.
É mais prevalente em populações latino-americanas, especialmente no México e no Brasil, onde representa a segunda ataxia hereditária mais comum em algumas regiões. Por exemplo, em Estados do sul, como Paraná e Santa Catarina, a SCA10 é a segunda ataxia espinocerebelar mais frequente, atrás apenas da SCA3 [11].
A fonte [6] informa que os primeiros casos de SCA10 foram detectados em países da América Latina, com casos isolados nos Estados Unidos, China e Japão. Foi formulada a hipótese de que a mutação teria migrado do leste da Ásia para a América do Norte pelo estreito de Bering, atingindo a população nativa ancestral americana, e a partir daí teria se expandido para a América do Sul. Foi reportado um caso de um descendente dos índios Sioux com SCAA10.
7. INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Mutações em regiões não codificantes
Os íntrons são segmentos do DNA não codificadores, ou seja, estas partes do código genético não sintetizam proteínas. Durante o processo de splicing, que ocorre durante a síntese de RNA mensageiro (mRNA), os íntrons são removidos, resultando em um mRNA contendo apenas os exons, que são as regiões codificadoras de proteínas. Os genes podem conter mutações (como repetições expandidas de sequências de nucleotídeos) tanto nos introns quanto nos exons.
Além de poderem ocorrer em regiões codificantes ou não codificantes de diferentes genes, as repetições expandidas de nucleotídeos podem ser formadas por sequências de três (tri), cinco (penta), seis (hexa) ou mesmo doze (dodeca) nucleotídeos. Por exemplo:
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Na Ataxia Espinocerebelar Tipo 3 (SCA3) a repetição expandida é do trinucleotídeo CAG (citosina-adenina-guanina) que forma o aminoácido glutamina e ocorre no exon (região codificante) do gene (ATXN3).
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Na ataxia Espinocerebelar Tipo 12 (SCA12) a expansão também é do trinucleotídeo CAG, mas ocorre no intron do gene PPP2R2B.
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Na ataxia de Friedreich, a expansão é do trinucleotídeo GAA (guanina-adenina-adenina) e ocorre no íntron do gene FXN.
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Já na Ataxia Espinocerebelar Tipo 1o (SCA10) que é nosso foco de atenção neste momento a expansão é do pentanucleotídeo ATTCT (adenina-timina-timina-citosina-timina) e ocorre no intron do gene ATXN10.
Além da SCA10, os exemplos seguintes [8] mostram diferentes tipos de ataxias que também são causadas por expansões intrônicas de pentanucleotídeos.
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A Síndrome de Ataxia Cerebelar, Neuropatia e Arreflexia Vestibular (CANVAS) é causada por uma expansão de repetições de pentanucleotídeos AAGGG no intron do gene RFC1.
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A ataxia Espinocerebelar Tipo 31 (SCA31) é causada por expansão de repetições de pentanucleotídeos TGGAA no intron dos genes BEAN1/TK2.
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A ataxia Espinocerebelar Tipo 37 (SCA37) é causada por expansão de repetições de pentanucleotídeos TTTCA no intron do gene DAB1.
Quanto as mutações ocorrem dentro das regiões codificantes (exon) do gene, a síntese da proteína que é expressa pelo gene é diretamente afetada, de modo que podem ser criadas proteínas mal formadas que causam efeitos tóxicos nas células onde são criadas. Entretanto, a existência de mutações por repetições expandidas de nucleotídeos em regiões não codificantes de genes também podem causar doenças genéticas, incluindo os diversos tipos de ataxias listadas nos exemplos acima.
Interrupções na repetição ATTCT
Dentro de uma série de repetições de pentanucleotídeos ATTCT no gene ATXN10 podem ocorrer interrupções ou variações na sequência. Essas interrupções podem ser de diferentes tipos, incluindo a presença de sequências de nucleotídeos diferentes (como ATTTTCT e ATATTCT). Estas interrupções atuam como um modificador genético que pode afetar a penetrância e a severidade dos sintomas da doença, aumentando (ou diminuindo) o risco do portador desenvolver determinados sintomas. A fonte [8] cita que a ocorrência de interrupções na sequência ATTCT pode ser um fator de risco significante para a manifestação do fenótipo epilético (crises convulsivas) na SCA10. Por outro lado, a existência de expansões ATTCT puras (sem interrupções) é em alguns casos associada com sintomas de Parkinsionismo. Estas observações revelam que a relação entre os sintomas que podem surgir na SCA10 e a estrutura da repetição de nucleotídeos é complexa e ainda não está claramente compreendida.
Diagnóstico da SCA10
O diagnóstico da SCA10 pode ser estabelecido pela identificação de repetições expandidas de pentanucleotídeos ATTCT no gene ATXN10 através de testes genéticos moleculares (exame de DNA).
Limitações dos testes genéticos
Se o exame relevar que a quantidade de repetições ATTCT em ambos os alelos herdados do gene ATXN10 está na faixa normal, então o diagnóstico negativo é conclusivo e a ataxia SCA10 pode ser descartada. Por outro lado, se a quantidade de repetições cair em uma faixa envolvendo longas sequências de repetições, testes genéticos mais sofisticados podem ser necessários para identificação precisa do tamanho e composição da mutação, pois os métodos de diagnóstico atuais baseados em PCR ou Southern blotting não conseguem dimensionar ou resolver com precisão a estrutura genômica no caso de grandes sequências repetidas no DNA, o que pode ser o caso das centenas de repetições ATTCT que podem existir no gene ATXN10. Porém, como informado em [6] as técnicas mais modernas de Sequenciamento de Molécula em Tempo Real (SMRT, do inglês Single Molecule, Real-Time Sequencing) da PacBio e Mapeamento Genômico Optico de alta resolução (BioNano Genomics) permitem o dimensionamento preciso do tamanho e da composição da repetição ATTCT. Estas informações são importantes para a prática clínica e o aconselhamento genético de pacientes com a SCA10, uma vez que a variação na repetição pode afetar a penetrância da doença, os sintomas e, consequentemente, a trajetória da doença.
Testes genéticos pré-natais - Uma vez que uma expansão de repetições ATTCT no gene ATXN10 tenha sido identificada em um membro da família por meio de testes genéticos moleculares, há uma probabilidade de 50% de transmissão do alelo mutante desta pessoa para seus filhos. Em função disso, pode-se considerar a possibilidade de realizar testes pré-natais na gravidez para verificar se o embrião está ou não com a mutação que pode causar a doença. Este é um tema eticamente delicado e que envolve decisões pessoais importantes. As pessoas em risco podem discutir com seus parceiros e familiares e buscar aconselhamento genético para tomar tais decisões de forma melhor informada.
8. TERAPIAS E MEDICAMENTOS EM TESTES PARA A SCA10
9. TRATAMENTOS
A ataxia SCA10 ainda não tem cura, mas é possível tratar sintomas visando melhor qualidade de vida e fornecer apoio contínuo ao paciente. É importante que os pacientes com SCA10 sejam acompanhados por um neurologista e uma equipe médica multidisciplinar e especializada, com a inclusão gradual de novos profissionais de saúde na medida em que seja necessário em função dos sintomas (geneticista, neuro oftalmologista, fisioterapeuta neurofuncional, fisioterapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, nutricionista etc.).
O tratamento da SCA10 é focado principalmente no controle das convulsões, já que convulsões não controladas podem levar a um estado epilético fatal. Anticonvulsantes convencionais como Levetiracetam, Phenytoin, Carbamazepine e Ácido Valpróico oferecem controle razoável, apesar de consulsões ocasionais poderem ocorrer mesmo com estas medicações [4].
Além de medicamentos anticonvulsivos para os pacientes que apresentam estes sintomas, é recomendável:
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Fisioterapia neurofuncional e outras atividades físicas regulares são recomendados (dentro das possibilidades de cada um).
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Para reduzir o risco de quedas em função das dificuldades de equilíbrio ao caminhar pode-se adotar bengalas, andadores ou cadeira de rodas, dependendo do estágio da doença.
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Fisioterapia ocupacional e algumas adaptações em casa e nos hábitos diários podem ajudar (ex. instalar barras de apoio nos corredores e banheiros, cadeira para banho, luzes para iluminação noturna, reposicionar os móveis para facilitar a mobilidade, remover tapetes para não tropeçar, utilizar copos com tampa e canudo, calçados com sola antiderrapante e fáceis de calçar etc.).
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Descansar sempre que necessário, e é importante ter um sono noturno de boa qualidade. No caso de dificuldades para dormir, consultar o médico, pois há medicamentos que podem ajudar (por exemplo, óleo de Canabidiol).
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Manter uma alimentação saudável e com boa hidratação.
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Suplementos (ex. Coenzima Q10) e vitaminas (D, B12 etc.) podem ser recomendados (consultar o médico para avaliar a necessidade - não consumir vitaminas e suplementos sem supervisão médica).
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Convém controlar o peso para evitar dificuldades ainda maiores na mobilidade.
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No caso de Nistagmo, há medicamentos que podem ajudar. Consultar o neurooftalmologista no caso de aparecimento deste sintoma.
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Para a disartria, se tal sintoma se manifestar, recomenda-se terapia especializada de fala (fonoaudiologia). Dependendo do estágio pode-se avaliar o uso de dispositivos de assistência para a comunicação (disponíveis para smartphone, computador, iPad etc.).
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Para a disfagia, caso ocorra em estágios mais avançados da doença, também se recomenda consulta ao fonoaudiologista - há exercícios que podem ajudar na deglutição, reduzindo o risco de engasgos que possam causar pneumonia aspiratória.
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Evitar (tanto quanto possível) o estresse, que em geral piora os sintomas da ataxia.
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Se necessário, há medicações para o manejo da ansiedade e da depressão. Procurar o médico para avaliar as alternativas mais adequadas.
Nota! Alguns pacientes com ataxias cerebelares diversas relatam benefícios e melhoria de sintomas de ataxia após sessões de neuromodulação ou estimulação cerebelar não invasiva, por exemplo, a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS), ou estimulação magnética transcraniana (TMS) com fisioterapeutas certificados. Observar que embora já esteja sendo comercializada esta terapia ainda não foi aprovada pela FDA nos Estados Unidos (ou pela ANVISA no Brasil) para tratamento de ataxias (ou seja, trata-se de tratamento experimental e sem garantias).
Veja informações sobre medicamentos para sintomas.
Veja informações sobre tratamentos e cuidados para os pacientes.
Veja informações para quem tem diagnóstico recente.
Veja informações sobre Grupos de Suporte para pacientes e cuidadores.
10. REFERÊNCIAS
As referências abaixo englobam fontes acadêmicas e de organizações especializadas que embasaram as informações desta ficha técnica, incluindo artigos revisados por pares, repositórios genéticos – OMIM, resumos de literatura – GeneReviews, e materiais informativos de fundações de ataxia. Para mais informações, consulte a lista de Referências do ataxia.info.
Ref #1
Fonte:
NAF (National Ataxia Foundation)
© Copyright National Ataxia Foundation
Idioma:
Inglês
Data:
Revised 12/2018
Ref #2
Fonte:
GARD - Genetic and Rare Diseases Information Center.
Copyright © National Center for Advancing Translational Sciences - National Institutes of Health (NIH) ©.
Idioma:
Inglês
Data:
Last Updated: November 2023
Ref #3
Fonte:
NEUROMUSCULAR DISEASE CENTER (Alan Pestronk, MD)
Washington University, St. Louis, MO - USA
Idioma:
Inglês
Data:
Last Updated: Please see https://neuromuscular.wustl.edu/rev.htm
Ref #4
Fonte:
Tohru Matsuura, MD and Tetsuo Ashizawa, MD. NLM - GeneReviews © 1993-2019.
Copyright © GeneReviews is a registered trademark of the University of Washington, Seattle.
Idioma:
Inglês
Data:
Last Update: September 19, 2019.
Ref #5
Fonte:
OMIM® - An Online Catalog of Human Genes and Genetic Disorders.
Copyright © Johns Hopkins University.
Idioma:
Inglês
Data:
Edit History: alopez : 12/15/2023
Ref #6
Fonte:
Presented by: Dr. Birgitt Schuele at 2020 PacBio Neuroscience Day
YouTube - PacBio
Idioma:
Inglês. É possível habilitar legendas e configurar tradução automática das legendas para outros idiomas.
Data:
Jun 15, 2021
Ref #7
Fonte:
Guangbin Xia, MD, PhD et al
Copyright ® PMC - PubMed Central - Epub 2013 Jun 29. PMID: 23813740; PMCID: PMC3923576.
Idioma:
Inglês
Data:
Published online 2013 Jun 29
Ref #8
Fonte:
Kurosaki T, Ashizawa T.
Copyright ® PMC - PubMed Central - PMID: 36199580; PMCID: PMC9528567.
Idioma:
Inglês
Data:
Published online 2022 Sep 15
Ref #9
Fonte:
Dr. Mario Cornejo-Olivas
Webinar NAF (National Ataxia Foundation) no YouTube
Idioma:
Inglês
Data:
Publicado em Novembro 2024
Ref #10
Fonte:
Dr. Birgitt Schüle
Webinar NAF (National Ataxia Foundation) no YouTube
Idioma:
Inglês
Data:
Publicado em Novembro 2024
Ref #11
Fonte:
Hélio A Ghizoni Teive et al
Copyright ® PMC - PubMed Central - PMID: 40232546
Idioma:
Inglês
Data:
Publicado em Abril 2025
Ref #12
Fonte:
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Copyright ® PMC - PubMed Central - PMCID: PMC9460507 PMID: 36092952
Idioma:
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Data:
Publicado em Agosto 2022
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Fonte:
Nan Zhang, Tetsuo Ashizawa
Copyright ® PMC - PubMed Central - PMCID: PMC9099484 PMID: 35563872
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Inglês
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Publicado em Maio 2022
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Fonte:
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Copyright ® PMC - PubMed Central
Idioma:
Inglês
Data:
Publicado em Fevereiro 2025